Por sua vez, fora do Maracanã, os flamenguistas fanáticos se esborracharam entre si. O único tipo de consolo para quem assistia a tudo diante da TV era torcer para que nenhum daqueles marginais errasse uma agressão deles neles mesmos. Isso foi no Rio.
E, enquan-to o ban-ditismo se esbalda-va às portas do Maracanã e boçais de taca-pes, claves, paus e pedras nas mãos enfrenta-vam a polícia armada com balas de borracha, nos morros cariocas os narcotraficantes viviam um domingo de paz e serenidade. Só o futebol pode realizar um milagre como esse. Isso foi num sonho.
Vendo aquela turbas desenfreadas e ferozes revelando o seu machismo incontrolável, tentando provar que todo mundo era mais homem que os outros, chegava-se gradativamente à conclusão de que aquilo era coisa de descalcificados.
De desclassificados, também. Mas, definitivamente, descalcificados. Do contrário, seus chifres já seriam visíveis em suas testas.
Só quem não faz direito o dever de casa, se vale de uma tarde de domingo para mostrar tamanha virilidade na rua. Isso foi pelo Brasil afora.
Ao fim das transmissões de pugilato esportivo, da sacada de sua residência, o telespectador avistou um jovem de bom porte saindo furtivamente pela porta dos fundos da casa daquela vizinha loira, de sorriso bonito e cativante casada com um desses torcedores organizados.
O garotão calçou os tênis, pouco antes de apressar seus passos rumo ao carro que deixara estacionado perto da esquina, a prudente distância da residência daquela convicta dona-de-casa que detesta futebol, mas adora uma boa tarde de domingo. O rapagão usava uma camisa do Vasco da Gama.
Isso pode ter sido pelo Brasil inteiro.
Comentário
Olá Sérgio,
Ainda estava lendo o blog – Sanatório da Noticia, quando recebi este e-mail falando desta sua nova criação, um Blog sobre esporte. Que maravilha, podermos contar com suas observações e comentários sempre muitos pertinentes e sagazes. Ganhamos nós os seus leitores com mais este espaço de jornalismo. Há de se registrar, também o vanguardismo do blog em veicular matérias sobre esporte paraolímpico, ainda carente de espaços para sua divulgação, não poderia deixar de mencionar o resgate das ótimas fotos do Mike Ronchi, que com certeza darão um toque especial ao blog.Vida longa e seja bem vindo com seu novo espaço jornalístico.
Abraços,
Renausto Amanajás