Petkovic foi decisivo e é o personagem da rodada
Moisés Pereira
De Camboriú
Na beira do mar em Balneário Camboriú, assim como em todos os rincões do Brasil, o fim do domingo foi de muita festa da maior torcida de clubes do país, a torcida rubronegra carioca.
Até os gaúchos, entre os quais me incluo, que via de regra temos a arrogância de desconhecer, o futebol carioca e de outros estados, vibramos com o título dos comandados por Andrade.
É lógico que me refiro à metade gremista do Rio Grande que viveu uma tarde surreal torcendo e vibrando com a derrota no Maracanã.
O jogo que acabou decidindo o campeonato mais disputado da era dos pontos corridos, entre Grêmio e Flamengo foi pobre tecnicamente e de pouca emoção, apesar da importância e da grande torcida presente ao estádio Mário Filho.
Se, por um lado, o Grêmio que não tinha mais nada a fazer na disputa, com um time de garotos conseguiu impor um bom rítmo no primeiro tempo - calando o Maracanã com o gol inicial, o Flamengo deixava a desejar pela ansiedade, nervosismo e também muito surpreendido por uma disposição ímpar dos reservas tricolores.
Porque era inevitável, e estava escrito, o segundo tempo mostrou o Flamengo mais ativo e disposto criando as melhores chances para decidir o jogo e o título.
Os gols foram de autoria dos zagueiros David e e Ronaldo Angelin, mas o mentor técnico da vitória foi o sérvio Petkovic, sem dúvida o nome do jogo e do campeonato vencido pelo Flamengo.
Petkovic, hoje veterano, tem uma trajetória de grandes vitórias no futebol mundial tendo encontrato as maiores glórias no futebol carioca. Jogou na Espanha no Real Madri, Sevilha e outros, e chegou ao Brasil a convite do Vitória da Bahia. No Rio de Janeiro jogou no Fluminense e Vasco, mas foi no Flamengo que alcançou maior destaque. Quando havia desconfiança sobre as possibilidades de seu futebol, aos 37 anos constituiu-se no grande nome da campanha do Flamengo.
Marcou gols decisivos, inclusive, um gol olimpico e ontem foi o autor da cobrança dos dois escanteios que redundaram nos gols do rubronegro. Dejan Petkovic é merecidamente o personagem da rodada.
O que dizer do campeonato que, no início era uma barbada para o Inter - "o melhor time, a melhor gestão" e que despencou no segundo turno ainda alcançando o segundo lugar no perde/ ganha dos times da ponta.
O Palmeiras liderou por 19 rodadas e alcançou o melhor momento na transição da saída de Luxemburgo e chegada de Murici, com este vendo seu time despencar no final de forma comprometedora.
O São Paulo.foi fiel escudeiro e esteve sempre com chances mercê de uma boa estrutura e um grupo de jogadores de qualidade razoável.
Dos mineiros o Cruzeiro superou o abalo da perda da Libertadores e chegou no G4; o Galo foi bem no decorrer do campeonato fracassando nas rodadas finais. Celso Roth continua devendo uma afirmação.
E o Flamengo contrariou as expectativas. Com problemas financeiros graves e crônicos, com diretoria desarticulada, sem campos de treinamento e graças ao trabalho do interino técnico Andrade que reuniu o grupo que contoou no decorrer do certame com os acréscimos de Petkovic e Adriano foi o merecido campeão.
É o velho futebol desafiando as teses e teorias. Quando a bola rola, os definitivos conceitos ficam a perigo e o time melhor encaixado e que dá o bote no momento certo fica com as vitórias. O Flamengo chegou à liderança na semana passada e ontem comemorou o sexto títullo nacional
Parabéns, nação rubronegra.
RODAPÉ - Bola Genérica é um comentário de Moisés Pereira - o Homem de Pau Fincado, distrito do longínqüo município de Santa Vitória do Palmar, terra dos mergulhões, às margens do Arroio Chuí que faz sucesso e multiplica acessos - de prazer e de remordições - nos internautas que se aprochegam ao blog Sanatório da Notícia, do mesmo grupo de jornalistas sem patrões e sem patrocinadores pelo romântico propósito de garantir a sua mais ampla e irrestrita liberdade de credo, pensamento e expressão.