quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Futebol Feminino: Brasil 3x1 Chile

aUm colírio para os olhos, foi realizado nessa quarta-feira o jogo de futebol feminino, Brasil x Chile. E logo foi possível perceber que a diferença para o masculino está na beleza plástica dos lances consumados em campo em prol dos melhores objetivos e intenções dos membros que dirigem a modalidade no Brasil.

aPara fazer média e mostrar a cara como pais da criança no futebol feminino brasileiro, narradores esportivos misturam alhos com bugalhos. Tiram os olhos da bola quando um time se aproxima da cozinha das adversárias e fazem do gramado uma passarela.
aAo invés de escolherem a melhor jogadora em campo, propõem um troféu para a mais bonita. Desse jeito o futebol feminino perde o rebolado.

aNarração Fiel - "Kelly apara nos peitos, deixa escorrer pela coxa, enfia no meio das pernas da jovem chilena à sua frente que fica deitada na grama; Kelly olha para Marta, mas prefere meter na Cristiane que foge do pau, movimenta a cintura, vai que vai, rebola pra lá, rebola pra cá, vai pra frente e pra trás e, por fim, no momento certo coloca o couro com calma e serenidade no fundo das malhas da linda e agora depauperada goleira do Chile. Gol, golaço do Brasil!". O futebol feminino é outra coisa. De se ouvir. E ver.

aQuero ver as mulheres dizerem agora que os homens são uns trouxas que "ficam olhando 22 idiotas de pernas cabeludas de fora, correndo que nem loucos atrás de uma bola".

aToda vez que é surpreendida com uma bola nos peitos é que a zagueirona chega quase a admitir que "futebol é pra homem".
aVendo a beleza da goleira do Chile conclui-se de cara que sua carreira vai acabar logo, logo. Não demora nada e volta a velha versão de que "goleira é a mulher do goleiro".

aNa ânsia de querer agradar a melhor jogadora do mundo, estão chamando-a de Marta Fenômeno. O dia que ela chegar a esse ponto vão dizer que ela está grávida.

aDeplorável essa regra que pune com cartão amarelo quem tira a camiseta ao comemorar um gol. No futebol feminino, então, nem o árbitro sopra o apito de bom grado.

aDói na alma ver a cara de seriedade com que o massagista entra em campo para cumprir a sua dura missão.

aO Pacaembu inteiro se surpreendeu quando escutou a jogadora chilena, severamente marcada, gritar para o banco pedindo para ser substituída por que estava de saco cheio: - Ponga otra en mi espacio. Estoy hasta los huevos!

aMais espantada ficou a volante Danielli ao escutar a atacante do Chile reclamar da dura marcação: - No me rompas las pelotas!

aCá pra nós, com essa garotas bonitas, saudáveis e jogando essa bola toda - agora sim, futebol é coisa pra homem.