quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Equivocação da Seleção Brasileira

Então, tá: me apresentem dois goleiros melhores no Brasil do que Rogério Ceni e Marcos. E me escalem um quadrado que jogue mais bola do que Henrique Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Neymar e Pato... Vai ver que ganso e pato são aves raras e indigestas para o prato-feito de Dunga.

Beltrano, Sicrano e Elano é demais... Até Diego entraria na Seleção Brasileira que Dunga deixou de fora. Bastaria que o treinador lhe desse quinze minutos de chance como deu para Robinho voltar à sua cadeira cativa. É que Ronaldinho Gaúcho está para Dunga, assim como Riquelme está Maradona.

Dunga usou de dois pesos e dois pesos... Convocou Júnior Batista e Robinho, dois reservas de luxo na Europa, pelo critério da "qualidade do momento" e deixou Ronaldinho Gaúcho, rebentando por lá, pelo conceito de "des/amor à camisa nacional".

Ao vestir chuteiras na pátria, Dunga pensa que é o próprio coronel Vicente Barros da Guerra do Paraguai e que Fernando Lugo - o bispo papão é Solano Lopez. O Brasil vai sair perdendo de novo. Há quem não saiba nada de História; e quem não entenda nada de futebol. Dunga pode ser escalado nessas duas posições. Seria titular absoluto.

O AMARGO REGRESSO

Se esta for mesmo a convocação definitiva do selecionado brasileiro, só as fadas da fortuna podem salvar o Brasil de um amargo regresso da África. Dunga é um cara que tem potra, pode ser que até lá uma leve contusão tire uns dois ou três cabeças de bagre desse grupo fechado e ele seja obrigado a convocar quem é craque, sabe das coisas e não pode ficar de fora. Vai ser apenas uma questão de sorte. Pura sorte.

Caso os deuses do esporte não estejam nem aí para o futebol brasileiro, veja só o que vai nos mandar de volta, antes mesmo que esses turistas incidentais encontrem o ponto G na Copa africana:


dia 15/06 - Brasil 0x0 Coréia do Norte
dia 20/06 - Brasil 1x1 Costa do Marfim
dia 25/06 - Brasil 0x0 Portugal

O gol de pênalti de Kaká, contra o voluntarioso scratch da Costa do Marfim, não nos impedirá de voltar para a pátria de chuteiras, amada e idolatrada antes de julho, bem a tempo de nos preparamos para as eleições de outubro, quando outra amarga decepção nos espera.

Para aplacar os dissabores, restará o consolo de ouvirmos Dunga repetir Cláudio Coutinho - que foi mais longe na Argentina de 78 - e proclamar aos quatro cantos que saímos invictos da África do Sul e, portanto, campeões morais. É que nesse caso, Ronaldinho está para Dunga, assim como Falcão esteve para Cláudio Coutinho.

Já na competição de 2 de outubro, vença quem vencer, ninguém poderá repetir Coutinho. É que Serra está para Dilma, assim como Dilma está para Lula: tanto faz, como tanto fez. Só o Brasil sairá perdendo. De novo.