MURICY, O VENCEDOR DO EMPATE
O empate sem abertura de placar do primeiro dos dois jogos entre Corinthians e Santos, teve um grande vencedor: Muricy Ramalho. Ele distribuiu no vestiário um tampão de ouvido para cada jogador santista. Deixou livre apenas a orelha dos aplausos. As vaias da torcida corintiana que ocupou 98% do Pacaembu não surtiu o menor efeito na molecada.
TROCANDO AS BOLAS
Essa coisa de torcida única para os grandes clássicos do futebol brasileiro é a mais clara e lamentável confissão de incompetência do sistema de segurança pública que o Brasil atravessa. Uma covarde eestúpida troca de bolas. Ao invés de coibir a violência e reprimir os canalhas, proibe o torcedor de boa paz de ir a campo, justamente nos melhores e mais eletrizantes momentos de uma competição. O corno soluciona a chifrada tirando o sofá da sala.
JOGO DURO E LEAL
Foi bom de ver Corinthians 0 a 0 Santos. Um 3 a 3 faria mais justiça aos dois times. Os jogadores se respeitaram o tempo todo. Foram duros, sem perder a ternura. Resultado: Neymar, depois de muitas e muitas partidas, jogou em pé. Foi bom para os olhos, como de costume.
FALCÃO, O BREVE
O GreNal foi ótimo. Um clássico de cinco gols; 3 a 2 para o Grêmio. Não podia ser melhor. Para o Renato Gaúcho. Do lado do Inter foi ótimo também. Para a carreira de Paulo Roberto Falcão - O Breve. Foi a segunda traulitada dentro de casa. Falcão, o que tem voo de galinha, já está batendo asas para o retorno à vida boa e tranquila de comentarista esportivo. Ali, quando erra, pelo menos não toma gol.
O LENHADOR
Essa história de Paulo Roberto Falcão, um craque soberbo, insistir na carreira de treinador só é viável em razão da exposição pública que sua vida de comentarista de rádio TV e jornal lhe proporciona. É um formador de opinião. Mas, como dizia o lenhador americano Abraham Lincoln: "É possível enganar alguns por algum tempo; a muitos por muito tempo; mas impossível enganar a todos o tempo todo".
PARECENÇAS
No Cruzeiro, Cuca parece Falcão. Perde na Libertadores e dança no estadual. Tomou 2 a 1 do Galo, jogando em casa. Dorival Júnior, já se parece mais com Muricy: usou a tática do tampão de orelha dos apupos. A trocida cruzeirista gritou sozinha e ninguém escutou nada.