quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Censurados adoram censores

A imprensa esportiva está tiririca da vida porque teve que enviar com antecedência as perguntas que deve fazer hoje ao Ronaldinho Gaúcho, na espetaculosa celebração de sua chegada à Gávea.

A imprensa merece. Bastaria não ir à essa fuzarca toda, em torno de um craque em fim de carreira que, é mais uma vitrine que um jogador.

É só não ir lá, não dar bola pra ele e pronto, acabou a exposição do produto. Sai da prateleira e ninguém vai comprar camiseta, chaveirinho, gibi, tênis, chuteira e, muito menos, aquela bandana horrorosa com o desenho de um bumerangue.

A filtragem imposta à curiosidade dos repórteres faz sentido. A turma do Assis se espelhou na banda do Luiz Felipe Scolari. O técnico do Palmeiras proibiu os jogadores de falar e, como é extremamente dadivoso e magnânimo, concedeu à mídia a grande honra de entrevistar apenas o próprio Felipão.

Se lhe tivessem dado uma banana, ninguém ia notar nenhuma diferença na campanha porca que fez o Palmeiras; não notaria bulhufas no futebol de segunda categoria do time e, muito menos, veria a imprensa desempenhar o triste e rastejante papel de lambe-botas de um treinador que não ganha um título há mais de cinco anos.

É como já dizia o avô do Garanhão de Pelotas: - Quem dá muito fica largo.