segunda-feira, 31 de maio de 2010

Os criadores e as criaturas

Os moleques do Santos F. C. resgataram o futebol-arte dos bons tempos de Pelé, Coutinho, Mengalvio, Zito, Pepe e uma defesa mais furada que ralador de cozinha.

Há muito tempo o Brasil vinha imitando o futebol quadrado e competitivo do resto do mundo. Com a volta da alegria, dos gols fantásticos, dos passes de letra, dos dribles desconcertantes, dos chapéus e lençóis, foram ressurgindo também os criadores das criaturas.

Logo os meninos passaram a ser tratados pelos alquimistas como os adultos de bola murcha e envelhecida que vem enterrando a magia do melhor futebol do planeta.

Entre essa chusma de Dungas, Dorivais, Muricys, Luxemburgos, Leões e outros gatos teóricos que arranham a nossa requintada arte esportiva, o melhor é o bando de moleques atrevidos que recriou a festa nos estádios.

Perguntem ao Pelé que está aí pra não deixar ninguém mentir, o que é mesmo que Vicente Feola fazia no banco de reservas, além de dormitar durante os jogos da Seleção campeã do mundo em 1958.

Treinador que tratar esses garotos como se eles fossem casar com sua filha, tem que ser é juiz de paz. No máximo tem que distribuir as camisetas e lhes dar uma bola para brincar. Se quiser fazer mais que isso, dança.