ROBINHO, A PEDALADA DA VEZ
Moisés Pereira
Porto Alegre
Depois de Adriano, o Imperador, que trocou Milão pela Vila Cruzeiro nos morros cariocas, Ronaldo, o obeso Fenômeno, que recomeçou carreira no Parque São Jorge, longe das badalações do Rio de Janeiro , agora é a vez de Robinho que retorna da Europa para as vitrines do futebol brasileiro.
Não são casos iguais apesar de similares. Adriano foi para o exterior muito jovem antes de ser conhecido no Brasil, e na Itália consagrou-se e enriqueceu. Junto com isso brilhou na Seleção Brasileira e levado por idiossincrasias pontuais retornou ao Brasil de forma surpreendente.
O fenômeno depois de lesões complicadas e ganho de circunferência ficou a deriva do mercado europeu quando o ano passado passou a ser a grande estrela do Marketing corintiano junto com alguns gols de craque que nunca deixou de ser, mas sem a recuperação total que o levaria a Seleção de Dunga.
Chegamos a Robinho, um jogador virtuoso de lampejos geniais com uma trajetória bastante irregular. Iniciou como profissional no Santos em 2002 junto com Diego e outros garotos onde devido a sua técnica abusada destacou-se até 2005.
Na época após o seqüestro de sua mãe forçou uma negociação para o exterior. Chegou a fazer greve no Santos e acabou vendido ao Real Madri. Declarou na época que uma das razões de sua saída era a falta de segurança no nosso país.
Robinho demorou a firmar-se no time merengue espanhol, inclusive quando foi treinado por Luxemburgo, e alcançou o melhor momento na temporada 2007/08 campeão espanhol. Ainda em 2008 manifestou desconforto pelo tratamento recebido no Real e foi vendido ao Manchester City, inglês, numa transação de 42 milhões de Euros.
Seu início na Inglaterra foi promissor, mas as dificuldades da equipe fizeram com que o tempo se encarregasse de colocá-lo na planície.
Eis que agora Robinho está deixando temporariamente o Manchester City, onde em má fase é reserva e está sendo repatriado pelo mesmo Santos F.C, que deixara em 2005.
O que surpreende é que para retornar ao futebol brasileiro Robinho está abrindo mão de 6 milhões de reais, metade de seu salário, nos 6 meses em que ficará no Brasil. Enquanto isso o Santos monta uma engenharia financeira com patrocinadores para garantir Robinho no Campeonato Paulista e Copa do Brasil com um custo milionário.
A volta de Robinho é saudada pela mídia do centro do país que esquece os deslizes profissionais do atleta não só nos episódios de suas transferências, mas também na rebeldia com os treinadores e conduta extra campo.
Estamos em ano de Copa do Mundo, e Robinho é um dos nomes de Dunga para nossa seleção. (Destacou-se nas últimas eliminatórias e nas últimas Copas das Confederações). Não sei se esta instabilidade de Robinho que não consegue encontrar um lugar adequado comprometendo a seriedade do futebol não será determinante no êxito que procura numa Copa do Mundo pela primeira vez. (www.sanatoriodanoticia.blogspot.com)